100 anos da Raposa: conheça a história do Campinense, um dos orgulhos do futebol nordestino
- #Arvoredo
- 13 de abr. de 2015
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O dia 12 de Abril de 1915 pode ser considerado o marco incial de uma maiores histórias do futebol nordestino. Nascia o Campinense Clube, fundado por 29 pessoas numa reunião onde o advogado Hortêncio Ribeiro decretou que a então sociedade recreativa dançante, chamada Sociedade Recreativa Campinense Club, se chamaria, a partir daquele dia, Campinense Clube, retratando assim o amor pela cidade de Campina Grande, que na época nem sequer contava com energia elétrica e tinha uma população de cerca de 10 mil habitantes.
Frequentado pelos aristocratas do ciclo do algodão, o Campinense teve seu departamento de futebol aberto oficialmente em 1919, mas não durou por muito tempo. No ano de 1920, os cabra da diretoria resolveram desativar a divisão futebolística do clube por conta das brigas que aconteciam depois das partidas. Para ser mais específico, o bacharel Severino Procópio foi o homem que deu a ideia de encerrar as pelejas.
A primeira sede da Raposa foi no ainda existente Colégio Campinense, isso porque o diretor, Gilberto Leite, foi um dos 29 homens que estavam na sala de reunião no dia da fundação do clube. Foi lá também que em 1954, o médico Gilvan Barbosa convenceu os conselheiros da então sociedade recreativa a reativar o departamento de futebol, mas somente para os sócios. O negócio foi dando certo, e quatro anos depois o Campinense Clube tornou-se profissional, estreando no Campeonato Paraibano em 1960.
E rapaz, pense num clube macho!
O Rubro-Negro de Campina Grande não foi apenas campeão no ano de sua estreia, mas venceu todos os certames até o ano de 1965, sendo até o hoje o único hexacampeão estadual. O último título da série veio depois de vencer o Botafogo-PB por 1x0 no Estádio Municipal Plínio Lemos. Brinca com esses cabra pra tu ver!
Ainda no ano de 1961, foi o primeiro time a representar o estado numa competição nacional, na extinta Taça Brasil. O feito foi repetido no ano de 1971, já disputando a segunda divisão, e em 72' aprontou para cima dos times do sul, conquistando o vice-campeonato da segundona, a maior conquista nacional do futebol paraibano até hoje.

A Raposa também foi pioneira entre os clube paraibanos na Série A. A campanha de 1975 não foi das melhores, acabando em último, mas quatro temporadas depois o rubro-negro passou a ser a equipe mais influente e importante da região nordeste, e terminou a primeira divisão com uma impressionante média de 0,5 gols sofridos por jogo, entrando para a lista das dez melhores defesas da história do Brasileirão, permancendo até os dias atuais.
Foi também nesse período que o clube de Campina Grande se tornou bicampeão estadual, novamente, para cima do rival Botafogo-PB, no dia 23 de Novembro de 1980.

O maus bocados também vieram. A partir de 1981, o Campinense sofreu de um enorme jejum de títutlos, sendo vice-campeão paraibano por quarto vezes seguidas. As taças só reapareceram 10 anos depois, em 1991, voltando a conquistar a Paraíba. Entretanto, a euforia não durou muito tempo. A Raposa viveu um curto jejum logo em seguida, mas forte o suficiente para que em 95' os diretores se juntassem com outros clubes amadores e fundassem a "Liga Nacional", afastando o clube do futebol profissional por 2 anos.
No ano de 1998, o rubro-negro voltou a disputar o campeonato paraibano e se tornou vice-campeão novamente. Em 2000, depois de vários insucessos em competições regionais e estaduais, a diretoria transformou o departamento de futebol numa empresa, o Centro Esportivo Profissional do Campinense LTDA, e todo a divisão futebolística do clube passou a ser comandada por outra companhia, a CELETIVA, que tem como homem forte Carlos Lira. Dessa maneira, o Campinense Clube se tornou um clube-empresa.
Desses dias em diante, o Campinense Clube vem alternando sua presença entre as Séries B e C do campeonato brasileiro, sendo sempre uma equipe imponente dentro de casa e um visitante indigesto. Diria o Sport, eliminado da Copa do Nordeste de 2013 pela Raposa em plena Ilha do Retiro depois de empatar por 2x2.
Foi na mesma competição que o rubro-negro teve sua última grande glória. O título inédito do Nordestão foi conquistado num Estádio Amigão em festa, lotado, vencendo o ASA pelo placar de 2x0, gols de Jeferson Maranhense e Ricardo Maranhão. Este é considerado o mais importante troféu do futebol da Paraíba, conquistado por um time que foi chamado de "Barcelona nordestino" pela imprensa do estado.

É fácil de compreender o motivo da grandeza. O Campinense Clube representa com méritos o futebol nordestino, com um passado repleto de glórias e conquistas, de títulos e emoções, com uma camisa que pesa e incomoda qualquer adversário que pisa no Amigão.
Os Cangaceiros da Bola parabenizam a Raposa mais arretada do Brasil. Que este centenário seja apenas o primeiro de uma das mais importantes agremiações esportivas do país.
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