[ESPECIAL] Aquele boleiro folclórico
- #Corisco
- 15 de nov. de 2015
- 3 min de leitura
Todo time de futebol que se preze tem aquele jogador folcórico no elenco que em muitos momentos faz o sentimento da torcida oscilar entre amor e ódio por ele. No nordeste não poderia ser diferente, inúmeras figuras marcaram os clubes da região. Vamos agora relembrar no especial ''Aquele Boleiro Folcórico'' esses personagens que estão marcados na memoria afetiva do torcedor.
Começando pelo estado de Alagoas temos o ídolo do CSA, o ponta esquerda Jacozinho. No ano de 1982, o sergipano Givaldo Santos Vasconcelos, mais conhecido como Jacozinho, descia no Aeroporto Zumbi dos Palmares para vestir a camisa azulina. Irreverante na bola e nas declarações, o craque se destacou bastante no cenário nacional. O boleiro não chegou a ser convocado para seleção brasileira mas usava do seu bom humor para pedir ao técnico Evaristo de Macedo que o incluisse na lista dos convocados. Um fato curioso na carreira de Jacozinho, foi ter recebido o convite de um empresário para participar do amistoso que marcava a volta de Zico ao Flamengo, em 1985. Em pleno Maracanã, Jacó jogou ao lado de Maradona e de grandes nomes do futebol munidal, e não é que ele roubou a cena da partida marcando um golaço?. Depois de deixar o CSA, o craque acertou sua ida ao Santa Cruz.

'' O apelido do meu fusca é maestro, é um conserto a cada esquina''.
Outros times que Jacozinho defendeu na sua carreira: Vasco (SE), Sergipe (SE), Jequié (BA), Galícia (BA), Lêonico (BA), Corinthians de Presidente Prudente (SP) e Santa Cruz.
Fazendo uma viagem de 30 anos e 200km , saimos de Alagoas e vamos até o Recife contar a história de uma cabra rochedo e folclórico do futebol recifense. Enquanto Jacozinho destruia nos gramados nos anos de 85 e 86, nascia na capital pernambucana o menino Flávio Augusto. Acho que vocês já sabem de quem estou falando, o mito Caça Rato. De origem pobre, criado no bairro da Campina do Barreto, Caça aprendeu logo cedo a lidar cedo com as adversidades da vida, mas superou e se tornou jogador de futebol. Marcando gols importantes em finais de Pernambucano, Flávio Caça-Rato se transformou no atacante que os torcedores só sabiam quem era por causa do locutor da Cabense que gritava seu nome, para se tornar o xodó da torcida que marcou gols importantes em finais de campeonato. Entre esses gols, dois são emblemáticos para torcida do Santinha. O da final de 2013, contra o Sport em plena Ilha do Retiro quando camisa número 7 deixou o grande goleiro Magrão no chão e finalizou com a frieza e categoria de muitos craques. Outro gol que está guardado na memória da massa tricolor, é o gol do acesso a Série B. Aos 42 do segundo tempo contra o Betim-MG a estrela de Caça Rato brilha mais uma vez e ai já sabe, ele não perdoou, mandou para o fundo do barbante. Caça se despediu do clube de coração, mas não teve uma experiência muito boa no Remo. Com salários atrasados ele deixou rapidamente Belem retornando para sua terra natal, onde ficou um bom tempo se dedicando a treinamento físico. O Guarani de Campinas fez uma proposta e Caça aceitou, vai disputar a Série A-2 do Paulista.

Falar de boleiro folclórico e não falar de Edilson Capetinha seria como ir para um bar e pedir ao garçom suco de larnaja. O baiano iniciou sua carreira no Industrial do Espírito Santo, com passagens Tanabi-SP, Guarani, chegando em 1993 ao grande Palmeiras da Parmalti. Foi nas bandas do sul que Edilson viveu seus melhores momentos na carreira. Mas depois de passar por dois grandes clubes de São Paulo, jogar no Japão, ser campeão do mundo com a seleção brasileira, o estado da Bahia esperava seu filho de braços abertos. Edilson chegou em 2004 ao rubro negro baiano, e mostrou pra que veio. Vestindo a 10 e jogando ao lado do contarrâneo e companheiro de Corinthians, Vampeta, a dupla foi bem defendendo o leão da barra. Depois de uma grande temporada pelo Vitória, Edilson foi para o ainda badalado São Caetano, com uma passagem rápida em seguida pelo Vasco da Gama, o atacante voltou ao Japão, e encerrou a carreira no rubro negro em 2009. Capetinha viveu momentos inesquecíveis com a torcida do Vitória, de título baiano, a rebaixamento e acesso, o jogador passou por todas essas fases, e nada mais justo seria do que encerrar a carreira em casa.

Essa é a primeira de muitas histórias que contaremos sobre as figuras marcantes dos times nordestinos, em breve mais três boleiros serão relembrados pelos Cangaceiros da Bola.
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